Campo do Força e Luz será leiloado em abril
Na área de 16,8 mil metros quadrados - um dos símbolos do futebol no Rio Grande do Sul - os torcedores porto-alegrenses assistiram grenais históricos nas décadas de 40 e 50, partidas do ponta-direita Tesourinha e também ao surgimento do lendário zagueiro Airton Ferreira da Silva, chamado Airton Pavilhão, que atuou no Força e Luz e no Grêmio.
O vice-presidente de finanças do Força e Luz, Jorge Nunes, informou que a manutenção da área - pinturas do estádio da Timbaúva, vestiários e consertos dos equipamentos - é muito cara. São gastos cerca de R$ 150 mil por ano com o complexo que possui campo de futebol, vestiários e áreas de lazer com churrasqueiras para os 380 associados - servidores que pertencem a Associação dos Funcionários da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) - origem da então Companhia Força e Luz.
Segundo Nunes, a entidade com os recursos arrecadados pretende comprar uma nova sede social na Capital ou na Região Metropolitana. “Queremos uma área semelhante ao do Grêmio em Eldorado do Sul e que não tenha um custo tão alto de manutenção”. Jorge Nunes disse que o local está ocioso e são realizadas apenas confraternizações entre os funcionários e familiares. No local, durante cerca de 10 anos, o campo do Força e Luz foi palco para o ensaio da escola Bambas da Orgia.
Airton Pavilhão, 71 anos, visitou ontem a sede do Força e Luz onde ele iniciou sua carreira. Escorado na tela, o ex-craque tricolor relembrou os grandes momentos da sua carreira. Ele chegou ao Força e Luz com 15 anos e três anos depois era contratado pelo Grêmio em 1954 em uma transação que chamou a atenção pelo inusitado: 50 mil cruzeiros e um pavilhão que pertencia ao estádio da Baixada do Grêmio, no Parque Moinhos de Vento. A negociação rendeu ao craque o apelido de Airton Pavilhão. Parte do pavilhão ainda permanece no terreno da entidade no estádio da Timbaúva.
O zagueiro é considerado um dos maiores jogadores que já vestiu a camisa do Grêmio e também o maior zagueiro da história do futebol brasileiro.
O craque ficou famoso por um lance: levava a bola em direção à linha lateral do campo chegando junto à bandeirinha de escanteio puxando com ele os atacantes. De repente, virava o corpo e, de letra, recuava a bola para as mãos do goleiro. “Era apenas uma jogada comum”, explica o zagueiro. O ex-jogador disse que, apesar do leilão, queria o tombamento do local em que iniciou sua carreira.
N.E.: Morei a duas quadras do Força e Luz na minha infância e adolescência. Joguei muita bola e vi muito jogo por lá. Espero do fundo do coração, que o Força e Luz seja adquirido por alguém que queira investir em futebol. Mas acho que em virtude do Clube ser no coração do bairro Santa Cecília, ponto nobre da capital gaúcha, o terrenão vai mesmo parar nas mãos de alguma incorporadora que vai colocar alguns espigões no bairro. Uma pena.
3 comentários:
E eu nem sabia que esse tal campo existia...
Pois existe guria. Fica ali na Alcides Cruz (seguindo a Protásio Alves, centro bairro, é a primeira depois do viaduto da Silva Só), fica bem atrás do quartel dos bombeiros...
No meio do entrevero entre Santa Cecília, e meu querido bairro Rio Branco, onde passei os tenros anos de minha infência e adolescência.
É uma pena mesmo, Lauro. Mas acho que estás certo. Com aquela localização, vai virar prédio de gaiolinhas vendidas a preços exorbitantes. Eu também fico tão triste com isso! Acho que hoje estou mais melancólica que de costume. Bjs,
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