Deu na ZH de hoje

Ciclista e ciclovia desrespeitados

Esquina das ruas Mariante e Vasco da Gama é um dos pontos de risco

Cruzar a esquina das ruas Mariante e Vasco da Gama aos domingos e feriados virou um teste de sobrevivência para ciclistas da Capital. Transformado em ciclovia nesses dias, o trecho é mal sinalizado, e motoristas avançam sobre a faixa, obrigando ciclistas a invadir a calçada para não serem atropelados.

Entre as 17h30min e 18h de ontem, uma equipe de Zero Hora esteve no local, colheu reclamações de usuário e testemunhou cenas de desrespeito aos ciclistas.

- Havia cones para separar as pistas, mas agora faz tempo que não colocam - conta o vendedor Flávio da Silva, 30 anos.

Quem passa pelo cruzamento sabe que é preciso desviar o rumo para evitar dissabores. A situação mais crítica é para o ciclista que segue pela Vasco da Gama e dobra à esquerda, pois o cruzamento é quase em 90 graus e, em geral, depara de frente com os carros que saem da Mariante.

- O jeito é subir a calçada. Tem motorista que reduz, mas outros tocam por cima - lamenta o empresário Felipe de Souza, 26 anos.

Souza e os amigos Felipe Ventura dos Santos, 24 anos, e Gilberto Pereira Kercher, 28 anos, só pedalam protegidos por capacetes e luvas.

- Assim, nos enxergam melhor e nos respeitam mais - diz Santos.

Vítima de um atropelamento na ciclovia há cerca de seis meses, o analista de sistemas Gustavo Esteves Baptista, 32 anos, diz:

- Por ser uma curva, esse cruzamento é o ponto mais perigoso - garante.

O desrespeito dos motoristas é potencializado pelo desgaste da pintura em vermelho da pista - que indica a ciclovia - e do desenho de uma bicicleta no solo.

Contraponto
O que diz José Wilmar Govinatzki, diretor de Trânsito e Circulação da EPTC
Estamos colocando pinos cilíndricos em pontos de até 100 metros para orientar os motoristas, e isso tem surtido efeito positivo. De fato, ali (cruzamento da Mariante com a Vasco da Gama) precisa desses pinos. Se houve falha na colocação, será sanada de imediato. Dois agentes fiscalizam todo o trecho. É possível que, em algum ponto, um motorista estacione enquanto a equipe faz a ronda. Estamos pensando em fazer uma campanha educativa, distribuindo panfletos ao longo do percurso.