O trauma da Primeira Comunhão
Esse clima religioso que a gente sente no ar durante a páscoa (o quê ? vc só sente cheiro de chocolate?), me fez lembrar da minha Primeira Comunhão.
Lembro como se fosse hoje, das aulas de catequese, em que a gente estudava meia hora, e ficava uma hora e meia jogando bola na quadra da igreja (digam o que quiserem, mas o Padre era bom de marketing).
Dentre os meus colegas de catequese estavam meu querido amigo Alexandre (nunca mais vi), o Rogério (gente boa, mas mauricinho demais pra ser meu amigo), Tropeirito (isso era apelido... ficou meia hora se confessando), e o grande amigo, Carlos Maurício (tecladista da finada Blues Station - quem é de POA conhece).
O Carlos Maurício tocava Deep Purple no orgão da igreja... esse era o clima da turma.
Meninos e meninas tinham aulas separados, o que infelizmente me deixava distante de Cristiane B.L. (não direi o sobrenome), naquela época eu era completamente apaixonado por ela, mas como era muito tímido (sou até hoje) nunca me declarei. Em respeito ao meu passado, não darei seu sobrenome, o Lauro do passado era alguém mais puro que o Lauro atual, e merece o meu respeito.
Poucos dias antes da Comunhão, propriamente dita, o Padre Edgar chama todos os alunos para cantar.
Coloca um disco na vitrolinha, aponta o dedo para mim, e pede que eu cante sozinho o hino religioso.
Lá fui eu:
Só entra no céu,
quem for como as crianças,
foi Jesus quem disse,
deixai vir a mim esses pequeninos.
Terminei a canção me achando o Frank Sinatra (leoninos são meio convencidos), estufei o peito, dei um tapinha nas costas de um colega, essas coisas de quem tá se sentindo nas nuvens.
Padre Edgar, coloca novamente o disco na vitrolinha, e ordena que desta vez TODOS cantem. terminada a canção, ele dá um sorriso e diz:
Viram ? Se no domingo TODOS cantarem juntos, vai ficar muito bonito. Agora se vocês ficarem com vergonha, os pais de vocês vão ouvir só algumas vozes, e isso nem sempre fica bom.
O Padre me causou um trauma desgraçado. Cristiane B. L. riu de mim, disse que eu era desafinado. Nunca mais fui o mesmo. Feliz Páscoa, bom feriadão.
N.E.: Publicado originalmente em 24 de março de 2005, no antigo Bar do Lauro.
Lembro como se fosse hoje, das aulas de catequese, em que a gente estudava meia hora, e ficava uma hora e meia jogando bola na quadra da igreja (digam o que quiserem, mas o Padre era bom de marketing).
Dentre os meus colegas de catequese estavam meu querido amigo Alexandre (nunca mais vi), o Rogério (gente boa, mas mauricinho demais pra ser meu amigo), Tropeirito (isso era apelido... ficou meia hora se confessando), e o grande amigo, Carlos Maurício (tecladista da finada Blues Station - quem é de POA conhece).
O Carlos Maurício tocava Deep Purple no orgão da igreja... esse era o clima da turma.
Meninos e meninas tinham aulas separados, o que infelizmente me deixava distante de Cristiane B.L. (não direi o sobrenome), naquela época eu era completamente apaixonado por ela, mas como era muito tímido (sou até hoje) nunca me declarei. Em respeito ao meu passado, não darei seu sobrenome, o Lauro do passado era alguém mais puro que o Lauro atual, e merece o meu respeito.
Poucos dias antes da Comunhão, propriamente dita, o Padre Edgar chama todos os alunos para cantar.
Coloca um disco na vitrolinha, aponta o dedo para mim, e pede que eu cante sozinho o hino religioso.
Lá fui eu:
Só entra no céu,
quem for como as crianças,
foi Jesus quem disse,
deixai vir a mim esses pequeninos.
Terminei a canção me achando o Frank Sinatra (leoninos são meio convencidos), estufei o peito, dei um tapinha nas costas de um colega, essas coisas de quem tá se sentindo nas nuvens.
Padre Edgar, coloca novamente o disco na vitrolinha, e ordena que desta vez TODOS cantem. terminada a canção, ele dá um sorriso e diz:
Viram ? Se no domingo TODOS cantarem juntos, vai ficar muito bonito. Agora se vocês ficarem com vergonha, os pais de vocês vão ouvir só algumas vozes, e isso nem sempre fica bom.
O Padre me causou um trauma desgraçado. Cristiane B. L. riu de mim, disse que eu era desafinado. Nunca mais fui o mesmo. Feliz Páscoa, bom feriadão.
N.E.: Publicado originalmente em 24 de março de 2005, no antigo Bar do Lauro.
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