terça-feira, fevereiro 21, 2006

U2 foi melhor que Stones, mas Mick Jagger foi melhor que Bono

Os dois shows foram ótimos. Mas apesar dos esforços dos Stones, a distância deles com o público (um milhão e lá vai pedrada) parece Ter dado um ar mais “frio” ao show dos Stones. Junte-se a isso, o fato do show ter sido “de grátis”, o que obviamente levou um número enorme de pessoas que não necessariamente eram fãs da banda. Daí, aquela impressão de piloto automático que a gente (EU) viu no palco.
Mas também, depois de 43 anos fazendo isso, até que os caras estavam bem animados, simpáticos, e com cara de felicidade.
Mick Jagger tem toda pinta de ser um CB (sangue bão), boa praça, interessado em agradar o público. Aos 62 anos, o cara é matusquelo, e não pára um segundo sequer no palco. O cara tem “a manha” de conduzir o público sem precisar utilizar o discurso “contra a fome ” e “contra a miséria” que Bono faz. Não que isso seja negativo em Bono, pelo contrário, mas é que no fundo, todo mundo é contra a fome e a miséria. Bono na minha opinião, tem errado na dose. Mais do que ele, só mesmo o pilantra do Sting posando para fotografias pelado com os Yanomamis.
Bono na minha opinião estava burocrático no show. Vestiu-se de defensor dos fracos e oprimidos, e participou do show fazendo um espetáculo solo. Bem fraquinho, diga-se de passagem. O resto da banda, em especial The Edge, parecia estar sendo conduzida pela tesão que os 70 e poucos mil fãs, que pagaram pelo menos R$ 200 paus cada um, e fizeram um show de primeira.
Declarações de Bono recentemente davam conta que o baterista Larry M. Jr. "fica contando no relógio” o tempo de seu discursos durante os shows, e que a queixa do resto da banda vem crescendo nos últimos tempos.
Bono assumiu essa função, mas errou na mão, devia aprender com Bob Geldoff (Live Aid – Live 8), que dá pra fazer boas ações sendo low-profile.
Bono também se mostrou mal informado sobre as ações governamentais brasileiras. Infelizmente, os projetos sociais como o Fome Zero por exemplo, não funcionam da maneira esperada, e seu “novo herói” como ele mesmo chamou o Presidente Lula, não tem exemplo de bom moço nos últimos tempos. Mas, como diz meu amigo Caio Marques, no rock n’ roll o que importa mesmo é o folclore.

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