Segurança extra?

A Volkswagem do Brasil está dando um presentinho para aqueles que adquirirem seus carros 0km: um rastreador, que funciona pelo sistema GPS.

A bondade da montadora é tão grande, que eles dizem que o equipamento “de série” para toda sua frota, desde o Gol até o novo Golf, não custará um centavo sequer aos novos felizes proprietários.

Maravilha, em tempos de criminalidade em alta, e seguros automotivos pela hora da morte, nada como um presentinho tecnológico, que ajudará sobremaneira aos proprietários vitimados pelo amigo do alheio.

Agora eu me pergunto: não seria mais interessante se a Volkswagem, ao invés de instalar rastreadores “de grátis”, instalasse, por exemplo, airbags igualmente “na faixa”?

Recentemente a EuroNCAP, órgão independente que realiza crash-test na Europa, a fim de divulgar um ranking de segurança dos modelos fabricados no continente, a Pro Teste, entidade de defesa do consumidor, decidiu avaliar um modelo nacional com os mesmos critérios.

O resultado, segundo a associação, foi temeroso. O modelo escolhido, um Fox, da cuidadosa e dadivosa Volkswagen, serviu de exemplo por ter sido testado pela EuroNCAP na versão de exportação, fabricada também no Brasil, porém, equipada com mais itens de segurança, como airbags duplos.

A Pro Testes constatou que "o motorista do Fox brasileiro testado sofreria ferimentos graves na cabeça, na nuca e no tórax depois do choque, o que muito provavelmente o levaria à morte. Já o do carro vendido na Europa teria danos mínimos na cabeça". A razão principal para isso foi a ausência dos airbags que, na Europa, são itens de série. Em nosso mercado, a Volkswagen informou que apenas 2,8% dos veículos saem com as bolsas infláveis.

Bom, de minha parte, preferia mil vezes “ganhar” como mimo, um belo par de airbags. Mas sabe como é, mais vale a VW fazer um acordo com as seguradoras e garantir o retorno do automóvel roubado, do que garantir a segurança dos passageiros, que por ventura se envolverem em acidentes utilizando seus veículos.